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Como são utilizados e quais os perigos?
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Embora a capacidade de trocar rostos automaticamente para criar vídeos
manipulados com aparência realista e confiável tenha algumas aplicações
positivas interessantes (como no cinema e gaming), esta é obviamente
uma tecnologia com algumas aplicações problemáticas.
As utilizações do deepfake para manipular imagens de políticos
e celebridades foram as primeiras experiências e as mais polémicas do
deepfake. Em 2018, por exemplo, um partido político belga divulgou um vídeo
de Trump a fazer um discurso pedindo à Bélgica que se retirasse do Acordo
Climático de Paris. Trump nunca fez esse discurso, era uma deepfake. Este
é um dos perigos desta tecnologia, disseminar conteúdo falso como sendo
autêntico.
Em contexto corporativo o deepfake potencia a engenharia social
quando utilizado para manipular as pessoas de forma a obter acesso não
autorizado a sistemas, infraestruturas ou informação. Os atacantes utilizando
esta tecnologia podem, por exemplo, combinar phishing de email com mensagens
de áudio falsa. Ao utilizar múltiplos vetores aumentam a probabilidade de
enganar os utilizadores.
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Como detetar um deepfake?
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À medida que os deepfakes se tornam mais comuns, a sociedade
vai estando mais alerta para este tipo de técnicas e para a sua utilização
conseguindo detetar possíveis tentativas de fraude.
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Para se proteger, recomendamos que esteja atento a alguns destes indicadores
que revelam deepfakes:
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Piscar de olhos: Os deepfakes atuais
têm problemas para animar rostos de forma realista, e o resultado é um vídeo
em que os olhos nunca piscam, ou piscam com muita frequência ou de forma
não natural. No entanto, depois de pesquisadores da Universidade de Albany
publicaram um estudo a detetar esta anomalia, novos deepfakes foram lançados
que não apresentavam mais este problema.
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Rosto: Procure problemas de pele ou cabelo,
ou rostos que pareçam mais desfocados do que o ambiente em que estão posicionados.
A pele do rosto parece demasiado lisa ou com rugas a mais? As expressões faciais
não parecem naturais? E os pelos faciais (barba, bigode, sobrancelhas) parecem
reais? Por vezes as transformações são mesmo muito ligeiras e dificilmente
se notam.
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Iluminação: A iluminação não parece natural?
As sombras estão no sítio certo? Frequentemente, os algoritmos deepfake retêm a
iluminação dos videoclipes que foram utilizados como modelos para o vídeo falso,
o que não corresponde à iluminação do vídeo de destino.
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Áudio: O áudio pode parecer não corresponder
à pessoa, especialmente se o vídeo foi falsificado e o áudio original não foi
cuidadosamente manipulado.
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No entanto a regra mais importante em que se deverá focar é: se o conteúdo lhe
parecer estranho, suspeito, de alguma forma surpreendente ou duvidoso, simplesmente
procure confirmar junto do emissor da mesma, se efetivamente o enviou.
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Detetar deepfakes é um desafio. Nos vídeos amadores, é fácil ver as falhas a olho nu,
mas as tecnologias de IA têm evoluído tão rapidamente, que se torna cada vez mais difícil detetar
deepfakes. Há quem acredite que, brevemente, dependeremos de especialistas forenses para verificar
a veracidade desses conteúdos.
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